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Os Arcos Cirúrgicos tornaram-se populares devido ao conceito de cirurgias minimamente invasivas. A desvantagem, no entanto, é um risco aumentado de exposição à radiação ao cirurgião, paciente e equipe cirúrgica. Esta postagem visa divulgar a dose padrão a que está sujeita a equipe cirúrgica bem como conscientizar sobre o uso seguro da Arco C durante a prática cotidiana.

O EQUIPAMENTO

(1) Gabinete Eletrônico;

(2) Painel de Controle;

(3) Coluna de Ascensão;

(4) Suporte do braço horizontal; (5) Braço em C;

(6) Intensificador de Imagem;

(7) Tanque único com Tubo de Raios X e colimadores integrados.

PROTEÇÃO PESSOAL

BLINDAGEM: Todo o indivíduo ocupacionalmente exposto (IOE) deve usar equipamento de proteção. Os aventais de chumbo ajudam a reduzir a exposição por um fator de 16 vezes. Aos indivíduos que se posicionarem à uma distância menor de 50 cm do feixe primário durante o procedimento de fluoroscopia, é indicada a proteção ocular.

DISTÂNCIA: A intensidade de radiação em um ponto é inversamente proporcional ao quadrado da distância.

A quantidade de radiação recebida à 50 centímetros do feixe primário é cerca de 0.1% da intensidade medida no mesmo (Figura 1). Quando possível, o cirurgião e sua equipe devem manter a distância mínima de 50 cm da zona do feixe primário.

Figura 1

A quantidade de radiação recebida fora da zona de 2 metros do Arco C (Figura 2) é menor de 10uSv por procedimento (Figura 3), dentro do raio de 2m do feixe primário o uso do avental plumbífero é obrigatório.

Figura 2

Quando possível, devemos utilizar o próprio equipamento ou outros profissionais que necessitem ficar mais próximos do equipamento como blindagem. O Arco C emite radiação espalhada de acordo com o esquema ilustrado na figura 4.

Figura 3

Figura 4

 

FATORES RELACIONADOS AO PROCEDIMENTO

  • TEMPO DE EXPOSIÇÃO: Quanto menor o tempo de exposição, menor a dose de exposição e seus efeitos colaterais.

Fluorosocopia Intermitente – 3 segundos de escopia com tempos longos sem emissão de radiação é preferível. Fluoroscopia contínua deve ser evitada.

Modo Pulsado diminui e dose de radiação em até 70%.

Captura de imagem – permite o estudo da imagem pelo cirurgião sem a re-exposição do paciente.

  • Evite manusear o tubo de raios X diretamente ou posicionar a mão no caminho do feixe de raios X enquanto o equipamento estiver emitindo radiação, à menos que estritamente necessário para a operação.

·POSIÇÃO DO ARCO C: A intensidade de radiação espalhada é máxima nas porções laterais e frontais com relação ao Arco C (Figura 4).

·COLIMAÇÃO: Reduz a área imageada e melhora o contraste (devido à menor quantidade de radiação espalhada no detector) o que deminui a dose de radiação no cirurgião e equipe.

·ALARME DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO: informa à equipe cirúrgica a quantidade de tempo que a escopia foi acionada. É norma que o alarme dispare a cada 5 minutos de escopia.

MANUTENÇÃO DO EQUIPAMENTO E AVENTAIS

Uma diminuição da eficiência do Arco C é compensada por um aumento na exposição para a manutenção de brilho e contraste. A quantidade de radiação pode variar em até 100% em um intervalo de um ano. Por isso é desejável a realização de medições a cada seis meses.

Aventais protetores devem ser adequadamente guardados (sem dobrar/amassar/serem jogados visto que isso danifica o chumbo) e inspecionados rotineiramente.

 

VEJA TAMBÉM:

Resolução SS 625 de 14 de dezembro de 1994

Portaria MS-SVS 453 de 01 de junho 1998;

CNEN NN 3.01/2011 Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica;

J.A. Alonso et al. Scattered radiation during fixation of hip fractures, Journal of Bone & Joint Surgery 2011;

A. Mahajan et al. Occupational Radiation Exposure from C Arm Fluoroscopy During Common Orthopaedic Surgical Procedures and its Prevention Journal of Clinical and Diagnostic Research. 2015;

F.A. BACCHIM NETO, Dose Evaluation in Medical Staff during Interventional Radiology Procedures. IFMBE, 2015.


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